quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Doenças do arroz - Queima da Bainha

Queima da Bainha

A queima da bainha vem grande potencial para causar danos significativos na produtividade de arroz irrigado, principalmente no estado do Tocantins. No Rio Grande do Sul, o aumento da incidência da queima da bainha foi observado nos últimos anos, devido ao plantio do arroz em rotação ou sucessão com a cultura da soja e com pastagens de trevo e azevém. No Estado do Tocantins, a mancha da bainha, causada por Rhizoctonia. oryzae Ryker Gooch, que manifesta sintomas semelhantes à queima da bainha, vem assumindo importância em arroz irrigado.

Sintomas

A queima da bainha é causada pelo estágio imperfeito Rhizoctonia solani Kiihn e estágio perfeito Thanatephorus cucumeris (A.B. Frank) Donk A doença ocorre geralmente nas bainhas e nos colmos, e é caracterizada por manchas ovaladas, elípticas ou arredondadas, de coloração branco-acinzentada e bordas marrons bem definidas. Em casos severos observam-se manchas semelhantes nas folhas, porém com aspecto irregular. A incidência da queima da bainha resulta em seca parcial ou total das folhas e provoca acamamento da planta. Em contraste aos sintomas da queima da bainha, os sintomas da mancha da bainha são caracterizados por manchas ovais, levemente verdes, creme ou brancas, com bordas marrom-avermelhadas. As lesões são isoladas e não formam as áreas contínuas de infecção típicas da queima da bainha.

Fatores que afetam a incidência da doença
O patógeno, que sobrevive no solo em forma de esclerócios e de micélio em restos culturais, constitui o inóculo primário. O patógeno infecta diversas gramíneas comuns, como plantas daninhas nas lavouras de arroz irrigado e diversas leguminosas, inclusive a soja. O fungo é disseminado rapidamente pela água de irrigação e pelo movimento do solo durante a aração.
A doença desenvolve-se rapidamente durante a emissão das panículas e a formação dos grãos. Os elevados porcentuais de matéria orgânica (3 - 4%), níveis de nitrogênio e altas densidades de sementes (250 - 350 kg/ha) contribuem para aumentar a severidade da doença. Os danos causados por insetos, como broca-do-colmo e percevejo, predispõem a planta à infecção por R. solani e outros fungos de solo, como Sclerotium oryzae, Sclerotium rolfsii e Fusarium sp.

Controle

O manejo adequado das áreas afetadas pela doença, com boa drenagem na entressafra, adubação equilibrada, densidade de semeadura recomendada (120 - 180 kg/ha) e uso racional de herbicidas, tem se mostrado eficiente. A rotação do arroz com outras gramíneas (milho e sorgo) pode reduzir a incidência da doença. O tratamento de sementes com fungicidas. Nos Estados Unidos, a queima da bainha é controlada pelo uso de fungicidas em duas aplicações: a primeira entre as fases de elongação dos entre-nós do colmo e iniciação da panícula, variando de 2,5 a 5,0 cm na bainha; e a segunda na fase de 80 a 90% de emissão da panícula.


Imagem 1 e 2 - Sintomas de queima da bainha nos colmos e folhas em arroz.